Skeleton Tree, Nick Cave and the Bad Seeds
Perder um filho não é fácil. Segundo um escritor famoso, trata-se de uma dor inonimada. Mas Nick Cave soube transformar essa dor em art rock. E das mais apreciáveis. Com pitada de musica eletrônica e de sonoridade alternativa, o álbum é muito soturno e se trata de um atestado de luto de rara beleza.
Trata-se de um trabalho sobre dor, arrependimento e fé, mas emoldurada pela perda do filho, um dos gêmeos de Cave que caiu de um penhasco no interior da Inglaterra no ano passado.
Jesus Alone é a canção que mais traduz esse atual momento de Nick, com os versos: “você caiu do céu, estatelou-se contra um campo, perto do rio Adur.” Mais evidente que isso não há. Como ele declara em um documentário chamado One More Time with Feeling: “o show deve de continuar.” Ele deve de se reerguer. Não pode se entregar.
Trata-se de um trabalho em que o espelho da dor deve de ser reconfortante, e essa experiência deve de ser vivida (e compartilhada) com os ouvintes. É um trabalho belo e difícil.
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