14 de fevereiro de 2016
Da Good Music e Def Jam, essa obra do excêntrico West ainda está em curso. Não terminou, pode-se até chamá-la de imperfeita, talvez por causa da lírica, ou ainda até mesmo pela indecisão dele de encontrar um titulo para o álbum, que vem com 18 faixas na sua grande maioria bem ácidas e sarcásticas, que falam desde o enfado que ele sente contra celebridades, até mesmo com a cosmopolita cidade de Los Angeles, em sua ótima parceria com o bola da vez Kendrick Lamar_ também recrutado por Beyoncé no seu ótimo Lemonade e que no ano passado foi o responsável por um dos álbuns mais prestigiados de 2015.
Em seu sétimo álbum de estúdio, Lamar mais uma vez questiona Deus, julgando ser o próprio, como fica evidenciado nesse trecho:
“We on an ultralight beam/We on an ultralight beam/This is a God dream/This is a God dream/This is everything/This is everything,
Assim como fez em seu prestigiado Yeezus, de 2013, como na faixa Unlight Bean , exalta o quanto ele tem conseguido na vida, com Highlights, e faz a egocêntrica I love Kanye, em que ele discute o que daria se ele resolvesse fazer um som para Kanye, no caso ele mesmo.
O álbum tem suas qualidades, mas ao ser lançado, não pode passar desapercebido por seus detratores que ele tem uma espécie de excesso de processo criativo, e estilístico, e que ao atirar para todos os lados, não consegue atingir o seu alvo.
Isso pôde ser percebido por quem ouvir as canções Feedback, em que ele saca de sintetizadores, ou o toque de celular em 30 hours, e no fato de ter demorado tanto para dar um titulo ao trabalho ou a sequencia que essas faixas apareceriam no álbum, resultando em um caos criativo que circunda o ouvinte ao longo de seus 50 minutos de exibição.
Se trata de uma obra que se poderia até dizer que tem uma objeção de obsessão ou mesmo de esquizofrenia, como no petardo Famous, bela parceria dele com Rihanna, em que Kanye ataca publicamente celebridades pelas quais ele tem más relações, como Donald Trump e Taylor Swift, de quem o trecho da canção alfineta:
I feel like me and Taylor might still have sex/Why? I made that bitch famous (God damn)/I made that bitch famous
Em que ele alega ser tão poderoso quanto Deus, e que poderia ter continuado a ter sexo com a ex-cantora country, agora superpop Taylor Swift, que todos já sabem, ele já teve picuinhas com a mesma em alguma cerimônia do Grammy perdida no tempo...
Também se pode dizer que o excesso de colaboradores em TLOP pode ser uma das causas de o disco pecar no excesso estilístico, mas há momentos belos, como Real Friends, que foi divulgada como single promocional, em que West reflexiona a respeito de pessoas que lhe dão força, como sua família e seus amigos, e Wolves, que aborda a despressão e o abandono, algo que parece matá-lo de temor. E mesmo com parcerias feitas com Chance the Rapper e The Weeknd, o rapper parece bem longe daquele cara inventivo da época de Late Registration, e parece estar se acomodando como artista. E ao brincar com o titulo, tão análogo a caótica capa, com a vida de Pablo, do apostolo Paulo ou ainda de Pablo Escobar.... deixando tudo em aberto... E tenta que o ouvinte se torne também um interpretador de sua caótica obra.
Ouça com atenção: No More Parties em LA, Real Friends, Famous e Ultralight Bean.
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