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As músicas do primeiro semestre de 2017 (às vezes não lançadas como singles) parte 8

Creature Comfort Arcade Fire, do album Everything Now, a ser lançado em 28 de Julho de 2017 Todo mundo sempre soube que a banda indie de Montreal, a parte que fala francês do Canadá, quase sempre flertou com o eletrônico. E tambem com o glam rock e a era disco. No álbum The Suburbs, vencedor do Grammy de 2011, isso já tinha sido evidenciado, mas no seu trabalho Reflektor, isso ficou mais ainda notório, a ponto de terem até chamado David Bowie, icone do Glam Rock das décadas de 70 e 80 par dar uma palhinha. Com canções robóticas ( isso no bom sentido da palavra), futuristas, que iam das influencias caribenhas da vocalista Régine, que passou parte de sua infância no Haiti, á nostálgica Afterlife e a reggueira Flashbulbs Lights, o disco já se mostrava um bom álbum de musica eletrônica, sim. Mas nesse vindouro trabalho_ quando esse texto vem à luz, faltam oito dias para que o álbum seja lançado_ eles resolveram assumir de vez que amam os anos 70 e 80, como a era disco e a era Abba os marcaram, pois no primeiro single, já ficou evidente que eles usam a semelhante linha de teclados que o Abba usa na sua música mais icônica, a dança da rainha sueca Silvia ao casar com o rei Gustavo_ sim, todos agora devem de saber que Dancing Queen foi uma homenagem a esse tremendo evento da historia da realeza sueca, em que pela primeira vez, uma plebeia de origem brasileira entraria para a familia real da Suécia, e esse momento ficou eternizado por essa canção. Mas onde o Arcade Fire entra em tudo isso? No fato de esse álbum está sob batuta de produtores como Markus Drarvs e Tom Bangalter (esse ultimo do Daft Punk, outra banda festeira e nostálgica também) que imprimiu o selo "somos anos oitenta" no mais novo trabalho dos AF que na nossa humilde opinião, tem calibre sim para figurar entre os principais lançamentos do segundo semestre de 2017 sim, mas não será o seu melhor trabalho, já fizeram algo mais surpreendente antes... E com essas poucas canções_ cinco singles!_ já se pode prever que o excesso de referências será o grande inimigo desse álbum. A canção em questão fala de suicídio. Parece que a inspiração foi realmente a série Os 13 porquês, pois a letra relata alguém que encheu a banheira e se suicida ouvindo o álbum Funeral deles. Trata-se de uma canção com um fundo de verdade, talvez por que dessa vez o casal seja pais. Trata-se de como os jovens de hoje tem a autoestima tão abalada pela publicidade, e de como eles se dão tão pouco valor. Some boys hate themselves Spend their lives resenting their fathers Some girls hate their bodies Stand in the mirror and wait for the feedback Alguns garotos se odeiam a si próprios Gastando suas vidas em enfrentar seus pais Algumas garotas com seus corpos De frente ao espelho esperando por comentários Esse ultimo verso remete ao fato de que elas postam coisas na internet esperando sempre a aprovação, seria uma metáfora dessa situação atual nossa que é sobre a extrema exposição nas redes sociais para conseguir sempre a aprovação. Assisted suicide She dreams about dying all the time She told me she came so close Filled up the bathtub and put on our first record Suicídio assistido Ela sonha em morrer o tempo todo Ela me disse que se tornou mais próxima Encheu a sua banheira e colocou nosso primeiro álbum para tocar Hannah Baker aparece referenciada aí e essa canção poderia ter embalado as cenas dela em 13 porquês. Mas o clima soturno apesar dos sintetizadores ainda dá qualidade á canção. Que lembra o New Wave dos anos 80. Nota 85 Perfect Places, Lorde, album melodrama, lançado em 16 de junho de 2017 Lorde vem com essa perola de faixa de encerramento que finaliza um album brilhante. O conceito desse album de uma quase adolescenter_ quando ela fez esse album tinha 18 ou 19 anos deixou a critica de queixo caido, pois a mesma utiliza todas as etapas de uma noite em uma festa. Ela foi genial e não por acaso seu album figura no terceiro lugar no Metacritic, fodástico agregador de resenhas. Essa canção encerra o album e a festa não trouxe para o eu-lírico nenhum tipo de alegria ou conpensação, ela está ainda mais soturna e depressiva. Com batidas irresistiveis de sintetizadores, ela destila sua amargura em letras acidas e sarcasticas, bem ao gosto de uma garota de 19 anos que bebeu a noite inteira atras de diversão e de auto afirmação, mas que na verdade em nada satisfez seu ego. Every night, I live and die Feel the party to my bones Watch the wasters blow the speakers Spill my guts beneath the outdoor light It's just another graceless night Todas as noites, eu vivo e morro Sentindo a festa nos meus ossos Vejo os caras arrebentarem os auto-falantes Derramo as minhas entranhas sobre a luz que vem de fora É apenas mais uma noite sem graça É aquela história_ aquela jovem que vive diariamente na balada, bebe, estoura os miolos nas altas musicas dos djs, bebe, vomita, mas não vê a sua vida melhorar em absolutamente nenhum ponto. Tanto essa como a canção anteriormente analisada, dos Arcade Fire, trazem comum jovens que se despedaçam, mas nada alcançam de bom com essas tentativas de achar o seu lugar no mundo. Are you lost enough? Have another drink, get lost in us This is how we get notorious, ooh 'Cause I don't know If they keep tellin' me where to go I'll blow my brains out to the radio, ooh Você está satisfeito? Beba de novo, se perca em nós É assim que nos tornaremos notórios Porque eu não sei Se eles continuam nos dizendo onde ir Eu vou estourar os meus miolos na radio A industria da bebida e da música incentiva jovens a se acabarem na noite, segundo a lirica da poetisa_ na verdade, a mãe de Ella é uma conhecida poetisa, então o trocadilho foi de propósito. E por fim: I'm 19 and I'm on fire But when we're dancing I'm alright It's just another graceless nigh tenho 19 anos Mas danço a noite inteira é só mais uma noite sem graça Se trata de uma canção de alerta de como os prazeres da vida podem ser efêmeros e destrutivos quando se ainda é jovem. Nota 90 Hard Times, Paramore, do album After Laughter lançado em 12 de maio de 2017 A banda de pop punk americana liderada pela lindinha Hayley Williams deu uma guinada na carreira com esse album, lançado há exatos dois meses. Mesmo com as guitarras afiadas, eles tinham charme e desenvoltura. Mas com esse novo trabalho, até se pode dizer que a banda ficou muitissimo mais elaborada, em mesclar letras nem tão alegres assim com sonoridade única e também oitentista. Está na hora de falar do Paramore não mais como uma banda de guitarras distorcidas, mas também com sintetizadores e letras reflexivas. Hard Times é um exemplo de uma ótima canção dessa banda. Com arranjos que lembram um ska, e sintetizadores espertos que emolduram uma canção um tanto reflexiva. A canção começa com uma introdução de guitarra que em muito lembra o Paramore da era Riot. A canção trata de uma pessoa que está sob um sentimento de ira e de raiva para si próprio. All that I want Is to wake up fine Tell me that I’m alright That I ain’t gonna die All that I want Is a hole in the ground You can tell me when it’s alright For me to come out Tudo o que eu quero É acordar bem Diga me que está tudo bem Que eu não vou morrer Tudo o que eu quero É um buraco no chão Você pode me dizer quando estiver tudo bem Pra que eu possa sair para fora Nesse trecho, ela conta de verdade com uma pessoa que tenha um sentimento verdadeiro para lhe avisar quando estiver tudo bem para que ela volte a tentar a lutar. De que ela precisa de alguem que lute com e por ela. Agora essa canção lhe faz sentido, fã do Paramore, que sabe Hayley está enfrentando um verdadeiro problema pessoal, que é o seu divorcio de seu marido. Mas somente agora que esse assunto veio a tona as letras reflexivas desse album fazem sentido. Hard times Gonna make you wonder why you even try Hard times Gonna take you down and laugh when you cry Os tempos dificeis Vão te fazer ainda lutar Os tempos dificeis Ainda vão fazer você rir e chorar A gente sempre ressuscita dos baques da vida quando as dificuldades nos sacode e nos faz tentar caminhar em frente_ é essa a principal mensagem da musica. Gimme some sort of sign Hit me with lightning! Maybe I’ll come alive Me de algum tipo de sinal Me atinja com um raio Para me mostrar que ainda estou viva É uma espécie de desabafo á nuvem de chuva que paira em seus pensamentos, que ela traga algum tranco, lhe descarregue um raio para que lhe mostre que ainda está viva. Uma canção soturna, mas com uma roupagem bem colorida e divertida. Nota 85

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