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Primeiras Impressões: My Dear Melancholy, The Weeknd

Ano de Lançamento: 2018
Selo: XO/ Republic
Gênero: R&B, Hip Hop, pop, eletrônica
Parece: Frank Ocean, Drake
Boas: Hurt You, Call Me

O cantor canadense, cujo nome de batismo é Abel Makkonen Tesfaye está de volta. E nesse EP, que sugestivamente se chama My Dear Melancholy, The Weeknd volta à sonoridade e à lírica pungente e amargurada que marca seus primeiros trabalhos, que são justamente os mais aclamados junto á crítica especializada.
Esse seu novo trabalho traz justamente todas as amarguras e questionamentos já conhecidos da lírica do artista, já conhecido por misturar bem sucedidamente R&B e música eletrônica, e na primeira faixa traz uma suave introdução de piano, e a voz de Abel aparece bem etérea e logo após o começo traz sintetizadores enérgicos. E são canções de ressentimentos a respeito de relacionamentos passados... E há versos em que ele admite estar errado, por não ter sido recíproco em um relacionamento, como por exemplo em “Nos nos ajudamos um ao outro/ eu a ajudei a sair fora de um perigo/ e eu te cedi conforto/ mas falhar contigo foi meu erro.”
Pode-se perceber o cuidado com os arranjos que o artista teve nessas seis preciosidades, sempre com começos suaves em piano, mas depois havendo o desaguar em sintetizadores e letras cheias de arrependimentos e mágoas consigo por ter falhado em diversas vezes com a pessoa amada. Sabe-se sim, quem é fã dele, que ele teve um relacionamento não muito auspicioso com a também cantora Selena Gomez, e isso aparece bem refletido na temática do disquinho. Try me, em sua caracterização, é sobre a possibilidade de retornar com alguém, sobre esperança, enfim. Traz guitarras suaves e sintetizadores decididos. E uma letra em que ele questiona se esse relacionamento ainda vale a pena retornar.
Em Wasted Times ele se mostra mais agitado, em relação as canções anteriores, mais próximo do feito em seu último álbum, Starboy, baseado em David Bowie, o que muitos indies de 2000 e 2010 tem feito exaustivamente, em que ele experimentou uma levada mais pop. É uma canção de desabafo com o quanto ele perdeu tempo com as mulheres erradas. Normal, isso acontece na vida de qualquer mero mortal.
I was never there é de uma levada mais para o hip hop. E isso reflete também na lírica, pois essa é bem mais agressiva que as anteriores. “o que faz um homem crescido chorar?” e repete várias vezes que a hora da virada para ele não importa quando será.
Apesar de o álbum versar sobre a tristeza e a amargura do artista, não se pode deixar de perceber que The Weeknd se abriu para a colaboração de vários parceiros, como por exemplo, Nicolas Jaar que participou co produzindo a faixa inaugural, Frank Dukes, que consta como produtor executivo do álbum, Skrillex, o nome por trás dos sintetizadores nervosos na dançante Wasted Times, e como não poderia deixar de ser, Guy de Homem-Christo, uma das metades do influente duo francês de dance music Daft Punk, na bela Hurt You uma balada certeira para as rádios. Mesmo tristonho, Abel pode contar com os colaboradores certos. E também o produtor francês Gessaffelstein. Aliás essa canção tem um final muito interessante, um loop eletrônico muito atraente.
Trata-se de 20 minutos de um mergulho no interior no íntimo de Abel mais intenso do que todas as suas obras anteriores.

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