Ano: 2018
Selo: Rinse Records, Virgin EMI
Gênero: R&B e pop
Parecidos: SZA, Solange.
Boas: After The Storms, In My Dreams, Miami
Nossa Avaliação: Positiva
Kali Uchis, cujo nome verdadeiro é Karly Marin-Laoiza é nascida na cidade colombiana de Pereira e tem várias ocupações como cantora, compositora, produtora musical, poetisa, e design de moda e já tem folha corrida, como por exemplo uma indicação ao Grammy de 2018 como canção do ano e melhor performance R&B pela participação na canção Get You ao lado de Daniel Casesar, particiapação indicada ao Grammy Latino na canção do Juanes, La Vida ES um Ratico, e está chegando com esse álbum incrível chamado Isolation, em que ela mistura sonoridades do R&B com o soul e o pop.
Esse seu trabalho que já não é o primeiro, também por um grande selo, a Universal, houve a divulgação do mesmo através dos singles “Tyrant”, que traz a colaboração com Jorja Smith, “Nuestro Planeta”, com colaboração de Reykon, e “After the Storm”, em colaboração de Tyler the Creator e Bootsy Collins. Já não é o seu primeiro trabalho, tendo feito outros na sua terra natal, mas é o de maior visibilidade até o momento.
A primeira canção do álbum, Body Language, começa calma e dominada por sintetizadores e flautas, e evidencia também a sua incursão pela bossa nova, e dá abertura a um álbum que soa como sonhador, febril, sensual e sexy_ até por causa das características de o latino ser caliente mesmo, e também focado no poder feminino, como tem sido todos os trabalhos de mulheres nos últimos cinco anos. Suas letras são cheias de romance, e parece estar sempre apaixonada. Miami, que tem a participação de BIA, pode estar reproduzindo a mesma vibe de Camila Cabello com a sua Havana, em que ela estava já em solo americano mas sentia saudades da sua Cuba de nascença, mas de forma invertida, em que Miami é o centro de toda a sua ascenção social e de suas decepções “não estou aqui para ser fofa não estou aqui para impressionar, (não, não, não, não, não) Você sabe porque estou aqui, estou aqui para coletar.” Just a stranger tem uma batida mais de indie pop e de música eletrônica e fala de uma garota impetuosa, que não deixa pedra sobre pedra. Fight também é forte nos ritmos caribenhos.
Vale lembrar que Kali experimenta vários tipos de sonoridade nesse seu trabalho tão aclamado pela crítica, como o indie pop, soul e r&b e até mesmo um hip hop psicodélico, o que a faz tão atraente aos nossos ouvidos. Ainda há experimentações de cantoras colombianas provindas dos anos 80 também.
Tyrant, a parceria com Jorja Smith, lembra reggeaton, ritmo muito presente na America Latina, fala sobre alguém que poderia se tornar um inferno em sua vida, se o eu-lírico desse algum tipo de entrada. Mas ela quer isso para ela, como fica bem claro no seguinte trecho: “Seu amor é como um caledoscópio, eu não quero descer, mantenha-me girando e rodando...” Your Teeth In my Neck, traz arranjos que podem ser associados ao soul, mas também com uma pitada de jazz.
Dead to me também traz forte influencia do jazz. Nuestro Planeta é em espanhol e também tem forte influência do Reggeaton. In my dreams, é indie pop e uma canção extremamente otimista, com uma pegada de rock alternativo; Tomorrow é psicodélica porque foi produzida por Kevin Parker, líder da banda de pop psicodélico Tame Impala e traz a voz rouca de Kali fazendo-a um dos melhores momentos desse álbum; After The Storm tem batidas enérgicas e um groove de baterias e melodia caliente que a torna um ótima representante do R&B que permeia toda a obra sonora de tanta qualidade de Uchis;
Pode-se dizer que Kali Uchis nos traz uma plêiade de sonoridades nesse seu trabalho que só nos mostra o quanto ela é uma ótima e talentosa artista. É difícil não se apaixonar se absorvermos todas as texturas e nuances desse trabalho instigante chamado Isolation, um nome contraditório, pois parece que Kali tenta nos entregar de bandeja e nos mostrar como um caledoscópio de sons, texturas e sensações. Como Amy fez outrora na década de 2000.
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