Selo: Third Men Records/ Columbia /XL
Gênero: Blues rock, experimental, folk rock
Parece com: The Racounters, The Black Keys
Nossa Avaliação: Negativa
Boas: Connected by Love, Over Over and Over, Corporation
Jack White já provou a todos que é um puta e inventivo arista. Ele vem de dois ótimos trabalhos solo, que conquistou certeiramente público e crítica, os incríveis Blunderbuss, de 2012, e Lazareto, de 2014, além de ter tido uma profícua carreira como a metade do ótimo duo de garage rock The White Stripes e também no The Racounters. Jack sempre pareceu beber em fonte de artistas como por exemplo Jimi Hendrix e Robert Plant, ex de respectivamente The Experienced e Led Zeppelin (esse último inclusive nos vocais). Mas agora, em seu mais recente trabalho de estúdio, o incoerente e caótico Boarding House Reach, ele parece estar tentando nos desafiar a receber de braços abertos um álbum cheio de esboços mal acabados e confusos. É essa a impressão deixada em todos nós que tentamos absorver o conceito de sua nova empreitada musical.
Connected by love e Over Over and Over são de longe as únicas canções que na nossa opinião parecem ter sido terminadas. Todas as outras, sem nenhum tipo de exceção parecem sobras de estúdio inacabadas, o cara tentou pagar de experimental mas nem de longe o seu esforço teve o sucesso e o efeito de gente desse naipe, tipo Radiohead ou Sigur Rós.
Connected by Love foi lançada como single lá para fevereiro, e traz arranjos eletrônicos mesclados ao ótimo blues que já era tido como a identidade musical de White. A canção traz em sua lírica a presença da crença em um amor verdadeiro e nela o eu-lírico faz um apelo para que a mulher de sua vida nunca desista da relação e que eles estão unidos por algo muito maior. Os arranjos de gaita e a presença de flauta dão toda a tônica da canção. Over over and over já era da época de Jack com Meg White e traz uma melodia típica do punk rock e do rock de garagem que os tornou conhecidos e apreciados por amantes da música em geral.
Mas a partir daí o álbum descamba para um sem fim de melodias e líricas complexas meio niilistas e muito mal acabadas, o que prejudica a compreensão do conceito do disco pelo ouvinte mais atento.
Pode se dizer que o album é mal acabado e seu conceito fica bastante prejudicado justamente por isso, e isso pesa em que sempre teve Jack como um perfeito lirista e blues man. O album conta com 13 canções, mas quase nenhuma se encaixa no conceito de canção, sendo que há a presença de vinhetas descartáveis. Corporation pode por exemplo ser uma canção auto-biográfica pois os mais aficcionados por músicas sabem muito bem que White quis ser indie e montou um selo Thrird Men Records, o que na época foi bem corajoso. Uma canção sobre auto-afirmação que tem guitarras nervosas, mas que como outras não conclui o seu raciocínio. Aliás como todo o restante do album.
Na realidade, Jack White parece ter tentado sair da zona de conforto que vinha dando certo desde o niilismo dos White Stripes até o blues rock e folk da época de carreira solo, mas algo dessa vez parece ter dado muito errado. O que fica mais evidenciado na introdução de Hypermisophoniac, que nada mais é que uma vinheta em que Jack tentou colocar elementos de música eletrônica e fracassou como o restante do disco.
Será que White pecou dessa vez por causa do excesso de colaboradores? Lembrando que isso ocorreu também com o Arcade Fire no seu mal fadado Everything now, que contou com díspares mentes pensantes, White dessa vez colaborou com nomes como o percussionista Louis Cato, veterano que já trabalhou com Beyoncé e John Legend; , parceiro de Talib Kweli e um dos membros do projeto de soul/jazz Soulive; , o tecladista Neal Evans, o percussionista Bobby Allende parceiro de longa data de David Byrne, além, claro, das vozes de apoio do coletivo gospel The McCrary Sisters resultando nessa miscelânea, que provavelmente será indicado a algum Grammy como os AF no ano passado. Pois a obra soará como "inovadora" para o juri da tradicional premiação musical.
Na verdade a coesão do álbum foi prejudicada pela inserção de canções descartáveis como a já citada Corporation, junto a pérolas como Over Over and Over e vinhetas jazzisticas como Hypermisophoniac e Everything You’ve Ever Learned resultando em um caos perturbador.
Dessa vez, Jack quis experimentar, mas na verdade o que ele vai testar é a nossa paciência com um álbum tão caótico e confuso. .
Gênero: Blues rock, experimental, folk rock
Parece com: The Racounters, The Black Keys
Nossa Avaliação: Negativa
Boas: Connected by Love, Over Over and Over, Corporation
Jack White já provou a todos que é um puta e inventivo arista. Ele vem de dois ótimos trabalhos solo, que conquistou certeiramente público e crítica, os incríveis Blunderbuss, de 2012, e Lazareto, de 2014, além de ter tido uma profícua carreira como a metade do ótimo duo de garage rock The White Stripes e também no The Racounters. Jack sempre pareceu beber em fonte de artistas como por exemplo Jimi Hendrix e Robert Plant, ex de respectivamente The Experienced e Led Zeppelin (esse último inclusive nos vocais). Mas agora, em seu mais recente trabalho de estúdio, o incoerente e caótico Boarding House Reach, ele parece estar tentando nos desafiar a receber de braços abertos um álbum cheio de esboços mal acabados e confusos. É essa a impressão deixada em todos nós que tentamos absorver o conceito de sua nova empreitada musical.
Connected by love e Over Over and Over são de longe as únicas canções que na nossa opinião parecem ter sido terminadas. Todas as outras, sem nenhum tipo de exceção parecem sobras de estúdio inacabadas, o cara tentou pagar de experimental mas nem de longe o seu esforço teve o sucesso e o efeito de gente desse naipe, tipo Radiohead ou Sigur Rós.
Connected by Love foi lançada como single lá para fevereiro, e traz arranjos eletrônicos mesclados ao ótimo blues que já era tido como a identidade musical de White. A canção traz em sua lírica a presença da crença em um amor verdadeiro e nela o eu-lírico faz um apelo para que a mulher de sua vida nunca desista da relação e que eles estão unidos por algo muito maior. Os arranjos de gaita e a presença de flauta dão toda a tônica da canção. Over over and over já era da época de Jack com Meg White e traz uma melodia típica do punk rock e do rock de garagem que os tornou conhecidos e apreciados por amantes da música em geral.
Mas a partir daí o álbum descamba para um sem fim de melodias e líricas complexas meio niilistas e muito mal acabadas, o que prejudica a compreensão do conceito do disco pelo ouvinte mais atento.
Pode se dizer que o album é mal acabado e seu conceito fica bastante prejudicado justamente por isso, e isso pesa em que sempre teve Jack como um perfeito lirista e blues man. O album conta com 13 canções, mas quase nenhuma se encaixa no conceito de canção, sendo que há a presença de vinhetas descartáveis. Corporation pode por exemplo ser uma canção auto-biográfica pois os mais aficcionados por músicas sabem muito bem que White quis ser indie e montou um selo Thrird Men Records, o que na época foi bem corajoso. Uma canção sobre auto-afirmação que tem guitarras nervosas, mas que como outras não conclui o seu raciocínio. Aliás como todo o restante do album.
Na realidade, Jack White parece ter tentado sair da zona de conforto que vinha dando certo desde o niilismo dos White Stripes até o blues rock e folk da época de carreira solo, mas algo dessa vez parece ter dado muito errado. O que fica mais evidenciado na introdução de Hypermisophoniac, que nada mais é que uma vinheta em que Jack tentou colocar elementos de música eletrônica e fracassou como o restante do disco.
Será que White pecou dessa vez por causa do excesso de colaboradores? Lembrando que isso ocorreu também com o Arcade Fire no seu mal fadado Everything now, que contou com díspares mentes pensantes, White dessa vez colaborou com nomes como o percussionista Louis Cato, veterano que já trabalhou com Beyoncé e John Legend; , parceiro de Talib Kweli e um dos membros do projeto de soul/jazz Soulive; , o tecladista Neal Evans, o percussionista Bobby Allende parceiro de longa data de David Byrne, além, claro, das vozes de apoio do coletivo gospel The McCrary Sisters resultando nessa miscelânea, que provavelmente será indicado a algum Grammy como os AF no ano passado. Pois a obra soará como "inovadora" para o juri da tradicional premiação musical.
Na verdade a coesão do álbum foi prejudicada pela inserção de canções descartáveis como a já citada Corporation, junto a pérolas como Over Over and Over e vinhetas jazzisticas como Hypermisophoniac e Everything You’ve Ever Learned resultando em um caos perturbador.
Dessa vez, Jack quis experimentar, mas na verdade o que ele vai testar é a nossa paciência com um álbum tão caótico e confuso. .
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