Primeiras Impressões: America Utopia, David Byrne
Selo: Todo Mundo, Nonesurch
Gênero: pop alternativo, rock alternativo
Parecido com: TV on the Radio, Arcade Fire, David Bowie
Nossa Avaliação: Positiva
O ex- integrante de uma das maiores bandas de new wave de todos os tempos Talking Heads está de volta com esse álbum que traz como tem sido uma constante nos últimos anos, a insatisfação com a América atual e um desejo de que as coisas venham a melhorar. O cantor escocês/norte americano volta após 14 anos de hiato após Grown Backwards, de 2004, e nesse trabalho atual trabalha com Brian Eno, parceiro de longa data.
A primeira canção começa com suaves arranjos de piano e a voz de Byrne começa suave, mas logo depois ela adquire uma coloração mais enérgica com guitarras e sintetizadores revoltados. E a letra parece trazer um resumo da temática em que o disco vai atuar, pois necessita de um norte de um lar para continuar a existir. E a faixa fica nesse tom cíclico, oscilando entre a agressividade e a suavidade. A faixa seguinte, Gasoline and Dirty Shirts, tem arranjos mais próximos do pop rock e é claramente uma canção sobre diversidade. E de como é difícil lidar com toda essa diversidade sem entrar na neura de se revoltar contra tudo e todos. Um atraente interlúdio de gaita dá toda a tônica indie pop a essa canção introspectiva, mas que trata de um tema super universal. Tem uma sonoridade meio que oriental porém descamba em um tema político, que vem sendo a contemporaneidade adotada por quase todos os artistas atuais em seus desabafos com o caos presente no mundo.
Everyday is a miracle, a próxima canção começa com arranjos etéreos e é metafórica, parábola que trata de a espera por um mundo mais justo e menos caótico, com teclados suaves e sintetizadores bastante discretos. E trata também que cada dia pode ser encarado como um milagre e que deveríamos todos estar gratos por estar terminando mais um dia sem maiores sustos.
Dog´s mind mostra um Byrne sempre lúdico e disposto a estar brincando na construção de uma canção sobre como se a nossa mente funcionasse como a cabeça de um cão que é paciente em sua espera, estaríamos a um passo da satisfação com a nossa própria vida. A canção seguinte começa com uma pegada indie pop com uma melodia soturna e traz uma letra mais obscura e soturna que mostra a sua visão de desilusão a respeito do mundo moderno. E se trata de uma canção diferente das anteriores por causa da sua roupagem experimental. E os sintetizadores logicamente funcionam como uma linda e enérgica moldura para essa experimentação.
It´s not Dark Here é ainda mais sombria em sua temática que a anterior, apesar de trazer uma sonoridade mais solar e menos densa. “Não há nenhuma graça em conseguir grana/ (...) Não há a menor graça no amor” “Te custa grana ir a uma festa.” Música sobre como somos dependentes a respeito de dinheiro nos dias atuais. E traz também como esse mal_ a moeda_ pode nos privar de um bem maior: a liberdade. Bullet é uma canção tristonha com arranjos de pop e que conta uma história metafórica de como somos atingidos em cheio pelos nossos próprios fantasmas.
Doing the right thing nos pareceu ser um dos maiores destaques do álbum, pois traz em seu conteúdo arranjos orquestrais e vai evoluindo em direção a um belo pop rock e traz uma letra de questionamentos de uma pessoa que estava sempre pensando que fazia as coisas de acordo com esperado por você. A melodia é levemente eletrônica e a letra segue alguém que se achava correto mais começa a pedir ajuda desesperadamente; a faixa seguinte é para dançar e se soltar um pouco da obscuridade que vínhamos desde mais ou menos a segunda faixa. Outra faixa do álbum em que Byrne tenta se soltar um pouco das amarras de expectativa com um mundo menos sofrido. E os sintetizadores estão livres e soltos para emoldurar essa ensolarada canção. E Here vem encerrando esse álbum com melodias suaves e sintetizadores e cordas que trazem uma canção que tenta preparar o ouvinte para o que há de vir, o que é desejado e querido com bastante apreensão e apesar de tudo bastante paciência. Como uma tentativa de amarra de tentar linkar esse trabalho em que Byrne continua otimista, mas está com os olhos abertos de que essa realidade desejada ainda é bem difícil de se obter. O álbum teve varias composições de Brian Eno e fala sobre o que queremos, parece ser impossível, mas Byrne está nos dizendo ser possível lutar por esses desejos.
Selo: Todo Mundo, Nonesurch
Gênero: pop alternativo, rock alternativo
Parecido com: TV on the Radio, Arcade Fire, David Bowie
Nossa Avaliação: Positiva
O ex- integrante de uma das maiores bandas de new wave de todos os tempos Talking Heads está de volta com esse álbum que traz como tem sido uma constante nos últimos anos, a insatisfação com a América atual e um desejo de que as coisas venham a melhorar. O cantor escocês/norte americano volta após 14 anos de hiato após Grown Backwards, de 2004, e nesse trabalho atual trabalha com Brian Eno, parceiro de longa data.
A primeira canção começa com suaves arranjos de piano e a voz de Byrne começa suave, mas logo depois ela adquire uma coloração mais enérgica com guitarras e sintetizadores revoltados. E a letra parece trazer um resumo da temática em que o disco vai atuar, pois necessita de um norte de um lar para continuar a existir. E a faixa fica nesse tom cíclico, oscilando entre a agressividade e a suavidade. A faixa seguinte, Gasoline and Dirty Shirts, tem arranjos mais próximos do pop rock e é claramente uma canção sobre diversidade. E de como é difícil lidar com toda essa diversidade sem entrar na neura de se revoltar contra tudo e todos. Um atraente interlúdio de gaita dá toda a tônica indie pop a essa canção introspectiva, mas que trata de um tema super universal. Tem uma sonoridade meio que oriental porém descamba em um tema político, que vem sendo a contemporaneidade adotada por quase todos os artistas atuais em seus desabafos com o caos presente no mundo.
Everyday is a miracle, a próxima canção começa com arranjos etéreos e é metafórica, parábola que trata de a espera por um mundo mais justo e menos caótico, com teclados suaves e sintetizadores bastante discretos. E trata também que cada dia pode ser encarado como um milagre e que deveríamos todos estar gratos por estar terminando mais um dia sem maiores sustos.
Dog´s mind mostra um Byrne sempre lúdico e disposto a estar brincando na construção de uma canção sobre como se a nossa mente funcionasse como a cabeça de um cão que é paciente em sua espera, estaríamos a um passo da satisfação com a nossa própria vida. A canção seguinte começa com uma pegada indie pop com uma melodia soturna e traz uma letra mais obscura e soturna que mostra a sua visão de desilusão a respeito do mundo moderno. E se trata de uma canção diferente das anteriores por causa da sua roupagem experimental. E os sintetizadores logicamente funcionam como uma linda e enérgica moldura para essa experimentação.
It´s not Dark Here é ainda mais sombria em sua temática que a anterior, apesar de trazer uma sonoridade mais solar e menos densa. “Não há nenhuma graça em conseguir grana/ (...) Não há a menor graça no amor” “Te custa grana ir a uma festa.” Música sobre como somos dependentes a respeito de dinheiro nos dias atuais. E traz também como esse mal_ a moeda_ pode nos privar de um bem maior: a liberdade. Bullet é uma canção tristonha com arranjos de pop e que conta uma história metafórica de como somos atingidos em cheio pelos nossos próprios fantasmas.
Doing the right thing nos pareceu ser um dos maiores destaques do álbum, pois traz em seu conteúdo arranjos orquestrais e vai evoluindo em direção a um belo pop rock e traz uma letra de questionamentos de uma pessoa que estava sempre pensando que fazia as coisas de acordo com esperado por você. A melodia é levemente eletrônica e a letra segue alguém que se achava correto mais começa a pedir ajuda desesperadamente; a faixa seguinte é para dançar e se soltar um pouco da obscuridade que vínhamos desde mais ou menos a segunda faixa. Outra faixa do álbum em que Byrne tenta se soltar um pouco das amarras de expectativa com um mundo menos sofrido. E os sintetizadores estão livres e soltos para emoldurar essa ensolarada canção. E Here vem encerrando esse álbum com melodias suaves e sintetizadores e cordas que trazem uma canção que tenta preparar o ouvinte para o que há de vir, o que é desejado e querido com bastante apreensão e apesar de tudo bastante paciência. Como uma tentativa de amarra de tentar linkar esse trabalho em que Byrne continua otimista, mas está com os olhos abertos de que essa realidade desejada ainda é bem difícil de se obter. O álbum teve varias composições de Brian Eno e fala sobre o que queremos, parece ser impossível, mas Byrne está nos dizendo ser possível lutar por esses desejos.
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