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How big, how Blue, How Beautiful, Florence + the Machine

Trata se sem duvida do melhor álbum da carreira de Florence Welch e sua trupe. A banda britânica, que está ativa desde a década passada, parece nesse álbum ter extirpado boa parte dos exageros de seus álbuns anteriores. Nesse álbum, estão presentes os estilos sonoros de indie, pop rock e dream pop, este ultimo já uma constante na discografia do trio. O álbum abre com uma canção bem movimentada chamado Ship to Wreck, que é algo como Navio à deriva, com batidas de indie em que Florence canta sobre os insucessos que muitas vezes podem acometer uma relação amorosa. A próxima canção começa bem mais suave e é mais reflexiva, como tem se tornado em seu cancioneiro. Mas é só por enquanto, logo depois ela é tonada por batidas eletrônicas e psicodélicas, em que Florence desabafa sobre um tipo de homem que nunca está presente nas horas em que ela mais precisa dele. A próxima faixa se mostra mais introspectiva, e é sobre autoconhecimento, outra constante na lírica de Florence Welch. Que depois de uma introdução mais calma, se revela como um furacão de autoquestionamentos. Queen of Peace tem uma introdução etérea e típica do dream pop. É orquestral a sua introdução, mas depois o pop rock é quem domina a cena. É sem duvida uma das melhores canções do álbum. Na verdade a sua lírica é sobre uma historia metafórica de um rei que fez o seu filho sofrer, e isso é relatado na canção. Seria uma parábola com a história de Cristo? Pode ser interpretada de varias formas a letra da canção. E trecho chave da canção é o que diz: “ e o meu amor não é bom; contra a sua barreira; o sangue corre; em vista de sua magoa.” Em Various Storms e Saints, é um ritmo mais lento e cálido que envolve essa belíssima canção. Trata de forma metafórica os inúmeros insucessos e sofrimentos aos quais as pessoas são submetidas todos os dias. Mais uma canção sobre existencialismo emoldurada por piano e de sonoridade bem leve. Delilah tem sido uma canção do álbum que tem tido uma enorme aceitabilidade entre os ouvintes desse álbum. Tem arranjo de pop, e lembra as canções do álbum de mais sucesso da banda até o momento, Lungs. Sobre como o eu lírico foi salvo de suas duvidas pela Delilah do titulo. Long e lost é triste até mesmo na sua melodia. Tem uma batida eletrônica própria do Dream pop e fala sobre tristeza e desolação, evidenciado isto quando ela diz que “é muito tarde para voltar para casa”. Pois a pessoa a deixou só e agora não tem mais remédio. “ Eu preciso de uma cobertura de nuvens” ou ainda “ Sem o teu amor me sinto muito só, faz-me muita falta.” Caught parece estar inserido no pop melodioso das canções sobre amores fugidios. E lembra na melodia as canções mais belas do romântico dos anos 80, fonte em que se vê que ela foi beber para fazer suas canções desse álbum. Third Eye é um pop grudento que lembra os anos 60, em seu r&b. Quanto a lírica, fala sobre a pessoa ser mais intensa na sua forma de amar. St Jude começa também introspectiva, e é uma das canções mais pungentes do álbum de Florence. “Qualquer conversa sem destino, qualquer batalha sem vencedor, cada lado um perdedor, quem sabe quem foi ferido com uma arma” já mostra que é uma canção sobre desolação e descrença no amor. E apela para São Judas, o santo das causas impossíveis dos Católicos. Toda batalha perdida não merece que percamos a fé, é a mensagem principal da musica. E ela diz ao santo que o seu relacionamento já começou perdido... Mother, a faixa derradeira, tem uma batida eletrônica, termina na guitarra indie, e relata sobre querer que seu amor seja protegido de todos os sofrimentos passíveis da vida, apelando a mãe. Seria mais uma parábola? Florence, apesar de estar em um pais anglicano, usa bastantes referencias católicas em suas canções nesse álbum lindo, e ainda diz que “ muitos casais estao se beijando, e eu não posso entender o calor” que poderá muito bem ser indicado ao Mercury Prize, que para mim, é o melhor premio de musica da atualidade. É um álbum em que referencias religiosas emolduram os autoquestionamentos.

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