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To pimp a butterfly, Kendrick Lamar

To pimp a butterfly, Kendrick Lamar O rapper de 28 anos é um dos nomes mais elogiados desse estilo de musica da atualidade. Também, não é para menos. Suas canções tem uma temática contemporânea, com a qual as massas se identificam, e suas batidas de hip hop são emolduradas por um soul irresistível. Ele fez sucesso com seu debut, Good kid maad city, mas o Grammy preferiu dar os creditos de artista novo e de álbum de rap para a dupla Macklemore e Ryan Lewis, que até agora não apareceram com nenhuma novidade. Esse álbum traz hip hop, soul e r&b, uma pitada de jazz com uma qualidade impressionante. A primeira faixa, Wesley’s Theory, traz um sample, de Every Night is a Star escrito e performado por Boris Gardiner, e começa com uma batida de soul. A canção a principio fala sobre desilusão amorosa com a primeira namorada, mas é muito maior que isso. A teoria de Wesley sobre o imperialismo e a falta de preocupação dos EUA com os mais necessitados é emoldurada por muito soul e r&b. E traz em sua letra o titulo do álbum. A segunda faixa começa com uma introdução de saxofone, e fala sobre as mazelas sociais em paralelo com o desejo de apenas ter uma vida simples com uma parceira que era super ambiciosa. King Kunta é mais pop, tem uma leveza só na sonoridade, pois a letra é de temática pesada sob o sofrimento de um negro com o racismo sendo que tinha ascendência nobre. E mais uma vez sobre a insatisfação com o governo dos Estados Unidos. Traz em seu corpo um sample de Michael Jackson, Smooth Criminal, alem de The Payback, escrito por Fred Wesley, James Brown e John Starks, e performado por James Brown. A quarta faixa é mais light na sonoridade, tem alguns elementos eletrônicos tem a participação de Snoop Dogg e fala sobre a política institucional dos EUA, tão despreocupada com os desprovidos de recursos. “ E eu fosse o presidente, eu pagaria o aluguel de mamãe.” These Walls começa com estalar de dedos, mas suave, e descamba para o soul, que é o que Lamar faz de melhor. “ As paredes querem verter lagrimas; São mais felizes quando estou aqui.” É uma canção sobre autoconhecimento e inconformismo com a situação do mundo. U começa com gritos de inconformismo, tema recorrente na obra de Lamar, sobre a sua incompreensão com as atitudes da pessoa que ele ama, que o deixa muito confuso. “ Amar você é complicado; me sinto culpado quando você rouba.” Com trechos em espanhol sobre uma dona de casa que tenta entrar no quarto para limpá-lo, é como se fosse as mãe do eu lirico se desabafando de suas atitudes não convencionais. Alright remonta ao funk tão típico da obra magnífica de Kendrick, se tratando de preces a Deus para que a vida tenha algum tipo de melhor. Com participações de Pharrell Williams Candace Wakefield e Thundercat. For Sale ( Interlude) tem backing vocals muito charmosas e começa com um suspiro de quem está cheio de tudo, e batidas eletrônicas. Em que o eu lírico segue justificando suas atitudes pouco convencionais para sobreviver na selva de injustiças. Participações de Bilal, Taz Arnold aka Ti$A Preston Harris e SZA. Moma retorna ao soul. Tem batidas um pouco eletrônicas em que ele reflete sobre a arte de ser um artista, como fica claro no seguinte trecho: “ A mente de um literato, eu tentei de fato.” A canção tem um sample. Se trata de uma canção refletiva. Hood Politcs é sem duvida uma das melhores canções de To pimp... Sobre inconformismo, e tem um perfil bastante radiofônico. E relata que tenta não dá importância a política em suas letras, por causa de sua descrença com a questão. How Much cost a Dollar, conta com a participação dos rappers James Flauntleroy e Ronald Isley é uma canção que acompanha o soul das outras, tem uma batida leve de funk, e a sua letra aborda a importância dada ao dinheiro que chega ao ponto de desprezar a todas as minorias, justamente por serem desprovidas de recursos. A complexion ( A zulu Love) conta com a participação da rapper Rhapsody segue o padrão das canções anteriores e fala sobre amor, sendo o tema menos complexo que Kendrick trata na maioria de suas canções. The Blacker the Berry traz uma sample deAssassin e Lalah Hathaway e traz o tema polemico que é o racismo, em que as pessoas são julgadas quase sempre pela cor da pele, e mostra o inconformismo do autor com essa questão. Ele inicia dizendo querer tudo negro, como uma exaltação de sua raça. É uma das melhores canções do álbum. A próxima faixa vai para a auto reflexão e sobre o amor não ser construído sob mentiras, jamais. I já foi falado dela no Granola, pois foi um dos primeiros singles de divulgação do álbum. Tem traços de jazz e prega a autoafirmação e a autoestima. Tem sample de “That Lady”, escrita por Ronald Isley, O’Kelly Isley, Marvin Isley, Rudolph Isley E Chistopher Isley cantado por The Isley Brothers. Mortal Man encerra o álbum com uma canção também ancorada no jazz e sobre as mazelas que maltratam o ser humano nesse mundo de desigualdades sociais. Traz sample de I no get eye for back, escrita por Fela Anikulapo Traz em seu corpo a entrevista feita por Tupac Shakur para o P3 Soul Broadcast Corporation. Ouça com atenção: The Black, the Berry, I, U, King Kunta, e How Much cost a dollar

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