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Primeiras Impressões: Superorganism, Superorganism

Selo: Domino
Parece com: MGMT, Animal Glass, Passion Pit
Nossa avaliação: Positiva
Gênero: Indie Pop, Psicodelico
Faixas para ouvir com atenção: Everybody want be Famous, Nobody cares



A Superorganism é uma brisa de ar fresco no indie pop. A banda, que é conhecida por sua ecleticidade no trato de seus componentes, que constam de Mark David Turner (Emily), Christopher Young (Harry), Timothy "Tim" Shann (Tucan), and Blair Everson (Robert Strange) e mais a oriental Orono Noguchi, de quem constam registros de que tem entre 17 e 18 anos de idade. A banda é britânica, mas Orono, por exemplo, tem cidadania americana, sendo do Maine. A banda tem componentes vindos de países como Nova Zelândia, Coreia do Sul, Japão, Austrália, e Londres, e nos entrega um trabalho com feições grandiosas, é também eclético e plural, com uma sonoridade eletrônica e psicodélica que rompe barreiras satisfatoriamente. O trabalho tem a presença também dos artistas de nome Ruby, B e Soul, e mergulha de cabeça em sonoridades próximas do ska, do r&b e do soul, embora majoritariamente conste de sua sonoridade características do indie pop e do rock eletrônico com traços de psicodelia. Como características do gospel e do r&b, traz vozes em coro superpostas sobre acordes que fazem um verdadeiro loop e tem características de reggae em alguns arranjos melódicos.
Começaram o seu reinado no youtube, o myspace das bandas contemporâneas, e deságuam na ótima Night time, faixa que encerra o álbum de forma melancólica e sombria, e com um bocejo da vocalista, que pode mostrar a nós o quanto o mundo atual está cansativo.
Sua sonoridade traz a melancolia em acordes eletrônicos felizes para falar de algo assim não tão motivador, que tem feito escola em bandas do final dos anos 1990/2000 como The Flaming Lips, Of Montreal e MGMT, os últimos aliás estão com um ótimo álbum sombrio lançado no início desse ano.
O álbum se inicia com a faixa It's all Good, em que há vozes eletrônicas como secretária eletrônica, despertador que motiva o eu-lírico da canção a acordar e enfrentar o dia lá fora com garra e resignação em um mundo cada vez mais caótico. Tudo isso em arranjos melódicos cada vez mais superpostos e um loop de sintetizadores mais enérgicos. A faixa seguinte, Everybody wants be Famous, é em estilo ska e tem sintetizadores suaves e fala sobre um assunto atual, já abordado por bandas com uma estrada mais longa como por exemplo os Arcade Fire, sobre a procura por notoriedade, e tem vozes sobrepostas e características de hip hop. A letra fala justamente sobre a busca de fama a qualquer custo (“Todo mundo quer, ninguém tem vergonha / Todo mundo deseja que conheçam seu nome“), e traz apesar da instrumentação alegre, simples, uma lírica um tanto que sombria. Nobody cares continua esse mesmo tipo de sonoridade, e descamba em um folk pop eletrônico com características country e bem eletrônico. Tem também uma letra sobre caos e o assustador mundo de hoje "Saímos para o mundo dos olhos e mentiras assustadores" e traz uma melodia bem suave e de arranjos constantes, mas sempre fortes na psicodelia.
Reflections on the Screen traz arranjos que nos faz pensar estarmos em uma praia paradisíaca, e é justamente essa a intenção pois a letra é sobre lembranças e nostalgias, e os arranjos lembram características de álbuns icônicos de psicodelia dos anos 60 e 70.
A canção que traz o nome da banda somente com consoantes, passa por ser um r&b bem levinho, com sintetizadores suaves, e traz pianos pra emoldurando a sombria letra.
A já conhecida Something for your mind traz uma letra sobre sociopatia tudo isso em meio a sintetizadores enérgicos e uma melodia ska para falar sobre um individuo que sofre de desequilíbrio mental. Na verdade o album é cíclico, conceitual, e traz a rotina em um dia inteiro do eu-lírico. E o encerramento do album traz de novo o eu-lirico despertando para a sua rotina diária.
Claro que a banda tem relação com outros representantes do gênero atual, como Passion Pit, MGMT, Animal Glass entre outras. Mas poderíamos nos deparar com alguma especie de exagero, o que não ocorre, o album nos soa coeso, com arranjos e lírica pesando equilibradamente e se é uma banda com uma millennial nos vocais, podemos dizer com segurança que a Superorganism é sim a banda do futuro, e eclética e plural como esse futuro é.


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