As canções do primeiro semestre de 2015 parte ii
Palomas Blancas, Natalia Lafoucarde
Natalia Lafoucarde é um dos maiores nomes do pop em língua espanhola dessa nova geração, lista em que podem ser citadas sem medo Carla Morrison, Julieta Venegas entre outras. Ela fez um álbum colaborativo em 2012, que arrebatou o álbum alternativo do Grammy Latino de 2013, chamado Mujer Divina, em que ela fez parceria com artistas de muitos estilos diversos, como os brasileiros Gilberto Gil, Rodrigo Amarante, o mexicano Meme e o norte americano Devendra Banhart, por exemplo.
Mas dessa vez, ela volta, quase três anos depois, com um álbum autoral muito interessante, chamado Hasta La Raiz, como o próprio nome sugere, centrado em suas raízes. O álbum fala também sobre desentendimentos amorosos, mas a grande vedete do disco, é com certeza Palomas Blancas.
É uma canção sobre nostalgia e saudade da terra natal. Em que Natalia pede a pessoa amada metaforizada como as pombas brancas que não se vá, e a canção se desenvolve todo em um tom pungente, lamurioso e de queixas, como a maioria das boas canções são.
Carla Morrison elogiou a canção em seu Twitter, e ela tem muita razão. Se trata de uma canção de muita qualidade que com toda a certeza vai disputar espaço com Alejandro Sanz nas nomeações ao Grammy Latino...
O trecho mais bonito da musica é quando ela pede que a terra a abrace com toda a sua luz... Com toda pungencia que a saudade de sua terra pode lhe causar...
Difícil resistir a uma Lafoucarde tão autoral, e tão encantadora.
Nota: 9,5
Don’t Fight, Alabamas Shakes
Os Alabamas Shakes são da mesma terra que os reis do rock alternativo dos anos 80, os R.E.M., Athens, na Georgia, mas resolveram abraçar um estilo completamente oposto. Se o primeiro álbum deles foi centrado no southern rock, ou no soul, como vocês preferirem, dessa vez a banda com a incrível vocalista Brittany Howard resolveu abraçar o blues.
Na época do lançamento de Boys e Girls, de 2012, teve critico apressado que a comparou a Janis Joplin, musa do rock nos anos 70 morta aos 27 anos. Mas agora, a ouvindo melhor, a gente pode dizer que ela lembra mais Etta James ou mesmo Aretha Franklin.
A canção, Dont Fight, como o nome mesmo pode sugerir a primeira vista, é sobre o fato de se abrir mão de lutar por um amor que nos faz mal. É realmente sobre isso essa canção. O eu lírico já está cansado do egoísmo e do orgulho excessivo da pessoa amada e resolve desistir de tudo e não mais lutar para manter o amor aceso...
O que chama a atenção na canção é os arranjos de blues, conseguidos as custas de muito baixo, e o som da voz rasgante de Howard.
Sem duvida um single muito do interessante.
Nota: 8,5
Quando o critico também um artista em saber criticar!...
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