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Os dois discos da semana passada

                Essa  primeira semana de agosto foi movimentada. Foram lançados dois discos muito díspares, porém igualmente interessantes. Um de Indie Rock, e outro de R&B Experimental. Pois a moda de R&B experimental está muito em voga depois de Archandroid e de Yeezus, a perola do Kayne West que lamentavelmente foi preterida pelo Grammy por Random Access Memory.

                They went my soul_ Spoon

                A banda texana já é veterana_ ativa desde 1996. E volta com esse oitavo registro de estúdio muitíssimo interessante, e sério candidato a resenhas positivas de críticos de musica por aí afora.

                Na comercialíssima Rent I Pay _ todas as faixas devidamente combinadas a aguda guitarra com a voz rasgada do vocalista_ começa com uma batida hipnótica que combina uma letra esperta com uma sonoridade imperdível. Inside Out começa com batidas discretas mas nem por isso passa desapercebida, ficando mais intensas com o passar da musica.

                Rainy Taxi lembra o  o proto_britpop de bandas como Stone Roses ou Happy Mondays com uma letra espertíssima e é uma balada imperdível. 

                Knock Knock Knock, como o próprio nome sugere, é um sintetizador que golpeia o ouvinte mais desatento. Mas é uma musica poderosa que mostra a que veio.

                Outier tem uma batida que lembra a fase mais pop do New Order, e é um registro interessante, que vale a pena a escutada. Essa volta aos 80s na introdução prepara a nossa alma para uma musica de verdade.

                A maravilhosa faixa -titulo é uma letra que convida a pessoa a ir para a rua e se divertir.

                I Just dont understand é uma balada sobre o incompreendido na arte de amar. Se recusando a entender o “ser abandonado.”

                Let be mine retorna aos Beatles, é um folk pop.

                New York Kiss, sintetizadores e batida hipnótica nos prepara para uma viagem musical que fecha o álbum com chave de ouro. Retorno ao britpop de bandas como Blur.

                Um álbum muito coeso e gostoso de ouvir.

                Nota: 8,5

                Faixas de destaque:

Para quem gosta de The new pronographers e Stone Roses.

               

                FKA twig _LP1

                Depois de Yeezus, a obra mestre de Kayne West, que com toda razão se manifestou contra o fato de o Grammy não o ter indicado a sua principal categoria, ( aquele Macklemore até hoje não desceu também na minha garganta) e de The Archandroid, a britânica de 26 anos apresenta ao mundo da musica um disco que tem tudo para fincar suas garras no mundo dos 1001 discos para se ouvir antes de morrer.Combinando R&B com batidas de sintetizadores que lhe dá uma aparência  de musica do futuro.

                Nada de ciborg,Celi Mayweather e nem das batidas hipnóticas de Kayne West, um dos artistas mais emblemáticos do hip hop atual. E sim a sua voz  aspirada e musicas poderosas com ajuda de sintetizadores. Pode se dizer que o trabalho autoral de Taliah vai muito mais longe do que Lorde fez em Pure Heroine. Mas Lorde tem só 16 anos. Esperemos mais um pouco.  Na verdade, Taliah termina o que foi começado por Lorde.   

                Pode –se dizer que LP1 é tanto um disco para as pistas quanto para se ouvir em um quarto sozinho. Pois as suas musicas falam de assuntos muito introspectivos, mas o som é de uma rave. É um som muito refinado. Não parece vindo de um álbum de estreia e de uma pessoa de apenas 26 anos.

                Two Weeks lembra uma mistura de Yeezus com Beyoncé. Os sussurros de  Taliah lembram a outra, mas a sonoridade futurística lembra West. Essa artista vai balançar as estruturas do pop, como fez Amy Winehouse há mais de dez anos. Na verdade, o que Taliah está fazendo não é nada novo_ Beyonce vem fazendo há bastante tempo, mas a forma de fazer é que é nova. É um R&B minimalista, e eu não lembro de ter visto isso em algum lugar antes.

                Pendulum é o auge do minimalismo belíssimo de Twig. Tem efeitos de uma maquina trabalhando, e a sua voz aspirada nos conta uma historia que  diz respeito só a ela, mas ela decide dividir com o seu ouvinte.  

                Video Girl é a melhor musica do álbum. Tem a mistura perfeita de soul com batidas hipnóticas e conta uma historia aparentemente cotidiana, mas que ganha ares de romance ficcional.

                Numbers ela vai mais profundo ainda. Sintetizadores dão a tônica de uma uma canção sobre alienação do mundo moderno. Closer é a mesma coisa. Batidas hip hop com sintetizadores combinam com uma voz hipnótica e nos leva para uma viagem de mundos possíveis.

                Kicks  finaliza a obra prima de Taliah com chave de ouro. Sua voz combina com a atmosfera experimental de uma musica que conta sobre o sentimento do eu-lirico _”I feel You. I Just feel you”

                Um álbum supremo, que tem tudo para dar a Twig o premio na categoria de artista estreante o Grammy_ se o Grammy for realmente honesto.   

                Nota: 9,0

                Faixas de destaque: Pendulum, Video Girl, Kicks.
              
                Para quem gosta de: Janelle Monae.

 

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