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Lollapalooza, segundo dia

Devo de ter assistido o melhor show desta edição do Lolla. Meu, que show era aquele dos Arcade Fire? Eu já tinha ouvido falar que a experiência de assistir a um  show deles era espetacular, e pude comprovar isso na prática. Eles se doam no palco... A impressão que se tem é a de que estamos assistindo a uma performance do Cirque de Soleil, que coincidentemente são de Montreal...

                A grande verdade é que (por enquanto) eles não tem um séquito de fãs e adoradores tão grande quanto os Muse, mas isso deve de estar com  os dias contados... Os ouvintes estavam em perfeita sintonia com a apresentação única de Win Butler, logo o número de fãs brasileiros deve de triplicar...

                Eles iniciam com uma imagem do filme dos anos 50 Orfeu, que foi uma das inspirações para compor Reflektor, seu mais recente álbum,  e depois descarregam  Reflektor, a faixa titulo de seu mais recente trabalho, de 2013, tido como um dos  melhores discos do ano passado... Depois desfilaram  Neighbohood #3 (Power Out), Rebellion ( Lies) a Neighbohood #1 (Tunnels)... E quase todas as faixas de Reflektor foram tocadas... E o público cantando junto para mim foi surpreendente... Sem contar que Regine Chassagne é uma multiistrumentista das boas... Se viu ela tocar nada menos que cinco instrumentos na noite.

                O momento melhor do show para mim foi quando eles cantaram The Suburbs e Ready to Start, na sequencia original do premiado  terceiro álbum deles, The Suburbs... É que Win falou em um português quase perfeito “essa musica é sobre saudade.” A plateia veio abaixo com essa confissão dele.

                A única música tocada do Neon Bible foi Keep the Car Running... A ênfase deles foi mesmo o primeiro e o quarto disco...  Mas a plateia já estava gamada neles...  Regine cantando Haiti e Sprawl 2_ Mountains beyond Mountains foi supremo... E o gran final foi o já sem voz Win vendo a plateia cantar Wake Up, seu hit que ficou mundialmente conhecido após o U2 o usar nos intervalos da turnê de Vertigo, nos longínquos 2004, quando o Arcade era só mais uma banda indie... Pois mais no mainstream que eles estão, impossível.  

                Soundgarden_ Chris Cornell fez um show mais ou menos, como é o som de sua banda, que foi uma das percursoras do rock de Seattle... Mas para quem era fã, o show foi interessante... Ele castigou ( no bom sentido, claro) hits do passado, como Spoonman, Superknown, Rust Cage. Mas o momento da noite ficou por conta de Black Hole Sun, musica que é a cara dessa banda...E ainda sugere que as pessoas escutem o King Animal, incentivando-as a baixarem-no. Eu fiquei esperando que haveria uma homenagem ao Kurt Cobain que dia 8 de Abril faz 20 anos de morto, mas essa homenagem não aconteceu. O que eu achei uma verdadeira pena. Mas ele resolve caminhar por entre o público e se deixa ser fotografado por uma fã... Pura simpatia.

                O guitarrista do Soundgarden é muito bom... Kim Thayl é um verdadeiro virtuose... Isso salvou o show deles do marasmo e da monotomia. Chris Cornell começa a dar sinais de cansaço... Também... São vinte e três longos anos de estrada... Mas quem é fã, nunca vai se cansar de sua voz rasgada... O gran finale é com a execução de Beyond the Sheeperd, do disco de estréia deles, Ultramega Ok, de 1988, provando que o Black Sabbath está ali presente aos acordes punk.

                New Order_ o Joy Division sem Ian Curtis deu mostras de que está muito, muito longe do fim... Eles fizeram um show maneiro, dinâmico e ao mesmo tempo nostálgico... típico de Lolla...Festival em que vão fãs da nova e da velha guarda... Tinha de ser um show plural para agradar esses públicos...Passado o mal estar inicial de eles terem dito: Muchas gracias, _o público fica em silencio, constrangido...O público dançava alucinadamente ao som de seus maiores sucessos, pois o brasileiro é cínico, eu já falei, deixamos de ouvir nossos hermanos para idolatrarmos quem nos acha iguais a argentinos e chilenos... Mas vamos lá   Mas depois eles corrigem dizendo” Nós amamos o Brasil”_ Cantaram seus maiores sucessos, como Elegia, Crystal, Blue Monday, O público, ainda assustado pela antipatia de Bernard Summers, que corrigiu o nome de uma musica divulgada erroneamente na versão chilena, resolve danças ao som de Age of Consent... E a senhora do sintetizador dava um show a parte...Aliais, esse instrumento é mágico... Mas o melhor foi quando eles resolveram homenagear as suas raízes Pós_punk, da época do Joy Division, com Transmission e Love Tears apart Us... A galera veio abaixo de emoção, encantando velhos e novos fãs...

                Até 2015... Se Deus quiser, o Radiohead virá no Lolla 2015...

                     

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