Pular para o conteúdo principal

Primeiras Impressões: Little Dark Age dos MGMT


Selo: Columbia
Gênero: Synthpop, Pop Psicodélico.
Nossa Avaliação: Positiva
Ouçam: Me and Michael, When You Die, One Thing Left to Try.




Quatro anos após o album autointitulado, o duo de música psicodélica e eletrônica de Nova Iorque volta com um álbum em que o que manda é a coesão. Esse álbum é em nossa humilde opinião, um dos mais interessantes e coerentes desde o mega sucesso de estreia Oracular Spetacular, tanto em questão de sonoridade quanto de lírica, e isso é algo que não temos como discutir. Quando eles apelam para a música pisicodélica, eles parecem eles mesmos, mas quando apelam para a força dos sintetizadores, lembram bandas dos anos 80 como Depeche Mode e New Order. E as letras são sobre como o mundo de hoje está caótico e difícil de se viver. Os sintetizadores pipocam de forma intensa e traz aos nossos ouvidos um MGMT em melhor forma desde Oracular Spetacular...
Na realidade, o album traz hits (a faixa título, When You Die,e a ótima Me and Michael) e uma sonoridade tão particular a eles, quando não estão tentando fazer viagens e loops psicodélicos, que temos certezas vai trazer de volta os fãs e velhos seguidores que tenham se afastados deles ( e isso acontece com vários atristas que tenham tentado mudar a sonoridade ao longo de suas longas carreiras).
Percebe-se aí, ao longo desse disco, que segue a velha linha de sonoridade alegrinha pra falar de caos e tristeza, coisa bem sucedidademente feita por artistas como Paramore em seu After Laughter ( que qualquer fã que se preza sabia que Hayley Williams, principal letrista da banda de Tenesseee estava passando por um conturbado processo de divórcio) e o LCD Soundsystem, que em seu triunfante sucesso/retorno estava usando de arranjos alegres e esfuziantes para falar da amargura do outono da vida_ a meia idade_ enquanto o ouvinte se arrebenta na pista de dança, Lorde que com o seu hitesco Melodrama fala da dor de ser adulto e passar por final de relacionamentos nessa fase ao som do eletropop e o Arcade Fire, que fala do caos de ter tudo ao mesmo tempo agora (música, vídeos, notícias, enquanto nos esbaldamos na pista de dança.
E tudo isso emoldurado pelos solares arranjos melódicos a la David Bowie e sem se esquecer de bandas como Gang of Four e Television, declarada influência dos novaiorquinos.
A primeira canção, pesada nos sintetizadores, fala da rotina nada agradável de um casal em que a mulher trabalha para suprir o que o marido não supre pois pouco se preocupa em trabalhar o suficiente. Bem típico da vida moderna... Os sintetizadores rugem ferozmente nessa canção sobre caos moderno. Little Dark Age, a faixa título e leader single do album, tem uma batida etérea que lembra os trabalhos do auge dos Depeche Mode e alguns trabalhos de glam rock , e foi produzida por gente como Patrick Wimberly e traz em sua lírica a descrença e a depressão, tão comuns á nossa sociedade contemporânea.
A terceira faixa traz um pop rock bem comum a bandas como The Smiths sempre emolduradas por synths nervosos. E teve um vídeo dirigido por Mike Burakoff E Hallie Cooper-Novack and estrelou Alex Karpovsky e Lucy Kaminsky, trouxe a canção, cujos arranjos melódicos tendem para o pop rock dos anos 80 ilustrada por um video psicodélico e que mostra o horrores de vivermos com os nossos medos internos...
Me and Micheal foi o quarto single do álbum lançado agora em 2018 para a divulgação do album, e traz também influência de bandas como The Cars, e se trata de uma balada que traz nostalgia e tristeza. O sintetizador melódico nos conduz ao modo dos anos 80. TSLAMP trata da fugacidade do tempo que perdemos com coisas fúteis. e como os celulares mudaram as interações entre nós seres humanos...
James, a canção seguinte traz uns arranjos mais pertencentes ao indie rock, com mais guitarras... e é um tributo ao guitarrista James Richardson, amigo próximo da dupla de músicos...
Days That Got Away traz uma sonoridade lá dos primórdios da música eletrônica, em sua introdução, algo como Kraftwerk. Tem uma predominância instrumental e fala sobre a fugacidade do tempo. One Thing Left to Try lembra bandas de 2000 como Bloc Party e é onde o vocal de Andrew VanWyngarden mais traz a identidade musical da banda e se parece com a fase Oracular Spetacular. E que relata a luta contra o quanto o tempo é fugaz hoje em dia. When You're Small a próxima faixa, é uma das canções mais nostalgicas do album e até o vocal é contido, e é também a canção em que a sonoridade é mais "simples". Liricamente relata sobre os altos e baixos da vida.
Hand It Over, que encerra o album de forma brilhante, traz também a nostalgia dos anos 80 é uma canção sobre derrotismo e sobre o quanto é dificil vencer quando já estamos descrentes daquilo em que outrora acreditávamos. E em seus arranjos melódicos ela traz várias camadas de teclados e sintetizadores.

Como falamos, sonoridade alegre e esfuziante para dizermos o quanto andamos tristes com esse mundo que nos maltrata a cada segundo. Letras e sonoridades nostalgicas para falar do caos que se tornou essa informatizada vida moderna.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Emicida - DVD "10 anos de Triunfo" - Levanta e Anda part. Rael (Ao Vivo)

Emicida foi uma das maiores promessas que apareceu no rap/ hip e hop brasileiro nos Últimos anos. E o cantor paulista resolve unir forças ao também rapper Rael para fazer um clipe ao vivo, da famosa música de Emicida chamada "Levanta e Anda", clipe publicado no youtube em 23 de fevereiro, e essa faixa faz parte de seu DVD ao vivo 10 anos de Triunfo. Dá para perceber assistindo ao clipe que Emicida está totalmente entregue ao público ao dividir os microfones com o seu companheiro Rael, também paulistano, que aliás está com um CD recente lançado em 2016, chamado "Coisas do meu Imaginário". Segundo fontes, o DVD tem como previsão de data de lançamento abril próximo. As imagens do clipe mostram a dupla cantando a canção" que foi inclusa no CD DE 2013 O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui", de 2013, em show promovido em São Paulo, em 2017. E Emicida pretende assim realizar o primeiro filme de sua carreira. Tem direção de Fred Ouro Preto e aborda
Mais uma esplêndida  noite Indie! Aê, meus lindos, ontem eu tive o privilégio de apreciar mais um evento indie, no nosso querido Sesc Carmo ( olha o merchand!), a banda Garotas Suecas, que estavam apresentando o repertório de seu segundo disco,  Escute as Feras a ser lançado,  nas lojas de todo o Brasil,  em 15 de Setembro. Mas já com uma previa de download gratuito em seu site oficial. Corram lá. A banda, que é daqui de São Paulo, é composta por cinco integrantes, Guilherme Saldanha (voz e gaita), Thomaz Paoliello ( guitarra), Irina Bertolucci (órgão/ teclado), Fernando Machado_ Perdido (baixo) e Nico Paoliello (baterista), e tem como principal influencias bandas como Pavement e Velvet Underground. Nota-se também neles uma pequena semelhança com outra banda ótima do nosso circuito indie, Autoramas. Eles estão ativos desde 2005 e tem na bagagem o ótimo CD Escaldante Banda, que lhes alçou ao cenário roqueiro indie nacional. Eles já faturaram prêmios, como por exemplo, o  prêmio de

A La Mar, Vicente Garcia

A La Mar Vicente Garcia Vicente Garcia é quase desconhecido aqui no Brasil. Com aquele seu aspecto físico de cantor de reggae, na verdade ele mexe com muitos ritmos caribenhos, entre eles a bachata. Ele fez uma participação no premiado álbum da banda colombiana de pop Monsieur Periné, com a canção Nuestra Cancion, e está as voltas com a divulgação do seu álbum autoral, que gerou singles como Te Soné. Tratam-se de canções emolduradas pelos ritmos caribenhos que trazem em seu corpo letras reflexivas de um poeta que se desabafa diante das dificuldades de sua vida, e sua arte traz uma pintura do artista dominicano Nadal Walcott, nascido na republica dominicana pertencente a Cocolos, que por sua vez descendem de escravos africanos das ilhas caribenhas. Se trata de um álbum que retrata a cultura folclórica afro das Antilhas. Traz em seu corpo a interessante canção Carmesí, que retrata a convivência de casal, e traz arranjos de bachata. O álbum traz também a produção de Eduardo Cabra, o