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Residente, Album Residente, Melhores Albuns de 2017 primeiro semestre

Lançado em 31 de Março de 2017 Residente fez durante quase dez anos misérias na agrupação latina_ mais precisamente de Porto Rico_ Calle 13. Ganharam todos os prêmios Grammy que disputaram e com muita dignidade e louvor, podem sim ser considerados uns dos maiores e melhores artistas do sec XXI aqui na América Latina, isso é uma verdade da qual não temos como fugir mesmo. E agora, ouvindo o album autointitulado, só nos resta a certeza de que era sim, Residente a mente pensante por trás de tanta criatividade lírica e musical. É só ouvir seu primeiro album de estúdio, que traz em sua concepção um conceito de onde é que se encontra o meu DNA? É só procurá-lo em todos os lugares possíveis desse mundão de Deus: China, Rússia, Africa. Locais onde Residente aportou nessa empreitada de conceber o seu album pois o mesmo incorporou em seu álbum resquícios e referências musicais desses locais tao dispares e exóticos, e distantes também. Na Intro, que é cantada em inglês e em espanhol, ele vai traçando em sua lirica uma verdadeira arvore genealógica, e apesar de utilizar termos tècnicos como Acido desoxirribonucleico e termos politicos como Partido Independente de Porto Rico, a lirica da canção, que segue o estilo alternativo, não é perdida, e nem o intento de começar a fundo a investigação das suas origens genéticas. E que conta com feature de Lin_Manuel Miranda. E mostra um dialogo entre um americano e uma nativa de Porto Rico. Já na segunda faixa, intitulada Somos Anormales, que é um dos singles lideres de divulgação do album, e que contou com um vanguardista clipe em que mostrava algo como o nascimento da humanidade_ pessoas saindo de dentro de uma vagina que representava a "origem" de tudo, conta com uma canção com leves sintetizadores e uma levada mais funkeada. Em que se fala de um ser que ao mesmo tempo que é hibrido, é unico, ao mesmo tempo que é unico, é coletivo. Nada mais é que uma canção que fala sobre as diferenças de uma forma bem brilhosa. Aquí todos somos deformes Y nos resistimos a usar uniforme Aqui somos todos disformes E resistimos em usar uniformes Nuestra sexualidad se despierta El ADN con las piernas abiertas Los cromosomas bailando bolero Las hormonas con hambre Nossa sexualidade se desperta O DNA com as pernas abertas Os cromossomos dançando bolero Os hormônios com fome Tudo aqui gravita em torno da diversidade, para depois finalizar: o que eu gosto em ti/ que tu tambem és anormal. E bem ao final da canção, a guitarra compete de igual aos sintetizadores. No Interludio Entre Mananas Siberianas, voz distorcida do coro dá a ideia sobre o caos com o qual o álbum tenta abordar. Una Leyenda China a canção começa com um belo coro. é uma lírica que fala sobre a origem das coisas, mais precisamente de animais da china, e traz um lindo verso em seu bojo: Venimos de lo simple, de lo que no se sueña Somos la grandeza de las cosas pequeñas Viemos do mais simples, do que não se sonha Somos a grandeza nas pequenas coisas a canção é emoldurada por vilões e muito coro, que lhe traz um tom meio tristonho. O interlúdio Haruma Fati traz para o album a nostalgia africana. Dagombas em Tamale se trata de uma canção mais combativa e de um teor mais de protesto, em que o eu lirico protesta a tudo que não é de sua raiz, ou de sua origem. A canção se introduz com um final do interlúdio. Com um forte refrão de protesto. Le metimos sin amplificadores ¿Pa' qué queremos radios si aquí hay tambores? Oye Aquí no hay caviar, pero hay maíz Lhes metemos sem amplificadores Pra que queremos radios se aqui há tambores? Aqui não há caviar, mas há milho! Somos los dueños de nada Los que no aparecen en los cuentos de hadas El palacio de los sueños lo hacemos con lodo No tenemos na', pero lo tenemos todo Cuando te faltan cosas te inventas algo Somos os donos de nada Os que não aparecem em contos de fadas o palacio de nossos sonhos lhe fazemos com lodo não temos nada Mas temos tudo Quando algo nos falta inventamos algo Se trata de uma canção de protesto contra a gana que temos de termos a tudo. Desencuentro é um dos momentos mais líricos do album, uma verdadeira canção de amor, uma balada, o que de melhor Residente pode fazer quanto a ilustrar sobre um amor que dilacera, que o machuca por não estar próximo dele. Começa com uma singela batida de piano e descamba em uma das mais belas e singelas canções do album. Começa com piano e se torna uma boa canção de indie pop. Guerra é talvez uma das canções mais impactantes do album, que começa com um coro e uma suave introdução de violão, que traz uma bela canção de protesto. Na verdade é uma canção metafórica do caos em que vivemos nos dias de hoje. E o coro traz para o ouvinte toda essa dramaticidade. Tudo isso emoldurado a poderosos sintetizadores. Soy tu derrota, tus dos piernas rotas El clavo en el pie que traspasó la bota Soy la estrategia de cualquier combate Hoy se gana o se pierde No existe el empate Soy las penas de tus alegrías Sou tua derrota, de tuas pernas dilaceradas O clavo em teu pé que transpassou a sua bota Sou a estratégia de qualquer combate Hoje se ganha ou se perde Não existe o empate Sou as suas penas e as suas alegrias. Apocalípitico começa bem suave, mas depois vem como toda letra de Residente bem impactante. Há um interlúdio em francês e o eulirico continua o seu desabafo. Cuando no queden rastros ni huellas Y la luna se estrelle contra las estrellas Y se rompa lo que ya estaba roto Aquí estaremos nosotros Quando não sobrarem nem rastros ou cheiros Quando a lua se choque com as estrelas E que se rompa o que já estava destruido Aqui estaremos nós Na verdade a mensagem da canção é a seguinte: lutaremos contra tudo e contra todos para mantermos a nossa identidade. Mesmo nesse caos que nos cerca. La sombra está também nessa gama de música de desabafo e alternativa. É uma canção também de protesto contra quem costuma não ter personalidade para se impor. A los abusadores les quiero ver la cara Cuando se levante de la tumba Sankara (La sombra) La luz quiere quitarle el control Por eso en Africa es donde pega más el sol Aos abusadores lhes quero ver a cara Quando se levante da tumba Sankara (a sombra) A luz do sol querem tirar Por isso a Africa é o lugar onde mais se toma sol Milo é uma canção que começa com arranjos de orquestra. Trata-se de uma canção feita em homenagem ao seu filho, Milo, e traz uma lírica impressionante. Desde los animalitos más chiquitos hasta las ballenas Las estrellas se veían a plena luz del día Porque te esperaban para hacerte compañía Y naciste, rápido y despacio Respirando como un astronauta en el espacio Hablabas otro idioma Desde os animais mais minusculos até as baleias As estrelas que viam a luz a plena luz do dia Porque te esperavam para fazer companhia E nasceu, rapido e devagar Respirando como um astronauta em seu espaço Falava outro idioma El futuro es nuestro traz uma lírica mais alegre e mais otimista, mas sem perder o humor negro característico de Residente e parece canção de circo. Na verdade traça um futuro apocalípico onde por exemplo as mulheres dominarão o mundo e os homens passarão a ter mesntruação. Tudo em ritmo de pessimismo com muito humor. Hijos del Canaveral finaliza o album com violão e muito charme, e já aqui com uma pitada de ensino de história caribenha. Hijos del cañaveral Nunca se nos cae la baba Esta raza siempre es brava Aunque sople el temporal é uma canção que idolatra a raça latina, depois dessa verdadeira viagem pelos cantos do mundo atrás das nossas origens. Filhos do canavial Nunca nos cai a baba Esta raça é sempre brava Ainda que desabe um temporal. Uma canção de exaltação dos latinos americanos. Ouça com atenção: Somos Anormales, Dagombas en Tamale, Desencuentro, Guerra.

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