Pular para o conteúdo principal

Primeiras Impressões Solange I Get Home

Primeiras Impressões Solange I Get Home
Ano: 2019
Selo: Columbia
Estilos parecidos: Sza, Kelela
Gênero: hip hop, r&b, Soul
Boas: Alameda, Dreams, Skin my logo
Nossa avaliação: positiva
Solange é muito mais que irmã da Beyoncé. Ela tem um estilo diferente da irmã, que é bem mais pop e mais mainstream. Ela é menos comercial, mais reflexiva e mais introspectiva. O que não quer dizer que a sua arte não seja atraente, sendo tanto ou mais apreciável que a de Queen Bey. Ela volta três anos depois do ótimo A seat at the Table que o próprio nome sugere cheio de lírica de empoderamento, e criticas ao racismo velado e retorna nesse novo álbum com 19 musicas que sim, podem ser ouvidas como em sequência e também resposta à toda acidez do anterior. Foi milimetricamente planejado e sim é bastante hipnotizante.
Reforçando a temática racial iniciada em canções como Dont Touch my Hair e Cranes in the Sky e traz todo um dialogo do R&B e soul dos anos 70, isso feito de maneira bem sucedida. Things I imagined inicia o álbum com sintetizadores. Há mudança abrupta de arranjos em My Skin Logo... Tudo está em processo dinâmico, e essa é a maior chave e o maior encanto do álbum, tudo lirica e melodias em construção e transição.
Na realidade traz 13 composições e seis interlúdios. E pipoca de colaborações com nomes como Tyler the Creator, Blood Orange, Pharrell Williams Steve Lace, e também Panda Bear, mas a personalidade imposta na lírica por Solange é o destaque de tudo, e tem além de tudo uma atmosfera jazzística que leva o ouvinte se atento a uma espécie de catarse.
O álbum foi lançado pela Columbia, e é composto de fragmentos de vozes e melodias abstratas que constroem bem sucedidamente o sufocamento da mulher negra na sociedade moderna dando espaço para o ouvinte ficar reflexivo e tentar achar respostas as lacunas deixadas propositalmente na música abordada pela artista nas talvez próprias experiências sofridas com os temas abordados nas canções.
Há a presença nas curtas canções dos produtores de camadas atmosféricas ruídos beats e vozes para tecer impressões do eu-lirico com o sofrimento diário com a experiência do racismo velado.
Há um esforço, as vezes concluído da artista de construir a sua própria experiência criativa o que vem tentando desde o EP True, e que nessa obra aparece bem mais acabado. Mas não definitivamente pois dita uma transição para outro estágio que não sabemos ainda qual.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Emicida - DVD "10 anos de Triunfo" - Levanta e Anda part. Rael (Ao Vivo)

Emicida foi uma das maiores promessas que apareceu no rap/ hip e hop brasileiro nos Últimos anos. E o cantor paulista resolve unir forças ao também rapper Rael para fazer um clipe ao vivo, da famosa música de Emicida chamada "Levanta e Anda", clipe publicado no youtube em 23 de fevereiro, e essa faixa faz parte de seu DVD ao vivo 10 anos de Triunfo. Dá para perceber assistindo ao clipe que Emicida está totalmente entregue ao público ao dividir os microfones com o seu companheiro Rael, também paulistano, que aliás está com um CD recente lançado em 2016, chamado "Coisas do meu Imaginário". Segundo fontes, o DVD tem como previsão de data de lançamento abril próximo. As imagens do clipe mostram a dupla cantando a canção" que foi inclusa no CD DE 2013 O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui", de 2013, em show promovido em São Paulo, em 2017. E Emicida pretende assim realizar o primeiro filme de sua carreira. Tem direção de Fred Ouro Preto e aborda ...

Primeiras Impressões: Weezer, (Teal Album)

Ano: 2019 Selo: Atlantic, Crush Gênero: pop, synthpop Boas: Take on Me, Paranoid Nossa Avaliação: Mista A banda norte americana comandada por Rivers Cuomo está fertilíssima nesse ano de 2019, chega com o Teal Album, um álbum de covers, e também com o Black Album, um álbum de originais, produzido pelo baterista Patrick Wilson e contando com o guitarrista Brian Butler Basicamente as canções têm os mesmos arranjos de sempre da Weezer, rock alternativo e pop, mas o diferencial dessa vez é que eles chegam interpretando grandes hinos dos anos 60, 80 e 90 com propriedade e competência na instrumentação, mas na zoeira na interpretação das canções, a começar pela capa, imitando atores do filme Miami Vice no figurino. A canção Africa chega abrindo o álbum, e percebe-se Cuomo se esforçando para dar uma roupagem diferente a esse verdadeiro hino dos 80 famoso na voz de Toto mas a grande verdade é que nada é acrescentado ao que a gente já conhece dessa canção. Logo vem o maior hino do tears f...
A melhor rádio rock do brasil é jabazeira! A minha critica de hoje é contra a Kiss Fm. Era para ela ser um celeiro de cultura, tocando o bom e velho rock in roll. Mas o que se vê , é que com rarissimas exceções_ Beatles, Led Zeppelin e Rolling Stones_ essa rádio se especializou em tocar o lixo COMERCIAL do nosso bom e velho rock n roll. Não se toca jazz nessa rádio. E o pouco soul e blues que se toca nela se resume a Ray Charles. Folk rock_ Joni Mitchell, Paul Simon e Art Garfunkel, nem pensar! Mas a sua programação é basicamente construida em cima de Rush, Bon Jovi, e Iron Maiden! Não que não sejam bandas boas. Os fãs não me batam por favor. São recordistas de vendas de discos e donos de turnês altamente lucrativas, mas devemos de reconhecer que são bandas que pouco ou nada acrecentaram à história do Rock. Não foram bandas influentes, apesar de seus músicos dormirem em colchões de notas de dolares! Bandas que não possuiram um disco capaz de que uma pessoa que o escutasse ter dir...